Digitalização ou transformação digital? Do que precisa a sua empresa?
OPINIÃO: Pedro Amaral, Managing Director do Sendys Group
Há duas expressões que representam conceitos que, hoje, mais do que nunca, estão na ordem do dia: digitalização e transformação digital. Muitas vezes confundidas ou usadas como sinónimos, importa, antes de mais, perceber o que as diferencia.
A digitalização é o processo pelo qual se incorporam tecnologias digitais, de forma progressiva, para simplificar, melhorar e/ou automatizar operações ou processos de negócio. Aquilo que todas as empresas já farão ao adotar um CRM ou um simples ERP.
Já a transformação digital, consiste numa mudança profunda de processos, competências e modelos de negócio, que permitirão tirar o máximo proveito das oportunidades oferecidas pelas tecnologias digitais.
Um preâmbulo que considero essencial para que cada leitor possa situar a sua organização, independentemente da dimensão, e perceber em que estágio se encontra. Com base nessa análise, então, perceber quais os próximos passos a dar. Um entendimento prévio fundamental.
Como sabemos, se, por um lado, a pandemia embargou negócios, por outro, veio, em definitivo, acelerar ambos os processos nas organizações. Digitalizar o negócio é fundamental para se vencer no contexto que vivemos.
Em 2019, um estudo da ACEPI/IDC indicava que os empresários e gestores conheciam os benefícios de digitalizar, entre os quais, inovação, fidelização de clientes, potenciar o aumento de receitas e melhorar ao nível da visibilidade e reputação.
Contudo, pouco agiam, porque, segundo o mesmo estudo, 64% afirmava não ter as pessoas necessárias, 62% referia os custos elevados, 41% não tinha prioridades definidas, 36% reconhecia falta de conhecimentos sobre novas tecnologias e 14% referia não ter aprovação interna.
"Digitalizar é, sem sombra de dúvida, a solução que permite fazer uma quadratura do círculo ao desafio que se apresenta, qualquer que seja a dimensão ou setor: do aftermarket automóvel à logística, passando pela reparação, peças ou pneus"
Ora, volvido pouco mais de um ano, a nossa experiência no terreno diz-nos que a digitalização, para uns, e transformação digital, para outros, se tornaram top priority e, quase como que por milagre, as dificuldades referidas anteriormente foram suplantadas e “as mãos postas na massa”. Mas, mais importante do que se pôr no imediato ao caminho, é perceber em que fase está a empresa, analisar e tomar as decisões estratégicas acertadas face ao desafio que a organização enfrenta.
O momento que vivemos é de disrupção e onde confluem, enquanto atravessamos uma crise sanitária sem precedentes, a constante evolução tecnológica, a mudança drástica nos hábitos de comportamento do consumidor e das rotinas profissionais, de onde destacamos o trabalho remoto e a imperiosa necessidade de as empresas serem mais eficientes do que nunca, por forma a conseguirem suplantar esta turbulência.
Digitalizar é, sem sombra de dúvida, a solução que permite fazer uma quadratura do círculo ao desafio que se apresenta, qualquer que seja a dimensão ou setor: do aftermarket automóvel à logística, passando pela reparação, peças ou pneus.
A competitividade empresarial assenta, cada vez mais, nas vantagens trazidas pela digitalização e transformação digital. Processos mais eficientes, criação de novos modelos de negócio que permitam ter fatores diferenciadores e vantagens competitivas no mercado, redução de custos, aumento da produtividade e da receita, são algumas.
Às quais se juntam a ampliação da capacidade de resposta e adaptação rápida às mudanças e novas exigências do mercado, maior controlo sobre o negócio, maior visibilidade e capacidade de tomar decisões rápidas e acertadas, bem como maior proximidade com o cliente e possibilidade de personalização do atendimento. Estas são apenas algumas das vantagens trazidas pela transformação digital.
Estes objetivos perseguidos por qualquer empresário ou gestor estão, hoje, dependentes de investimento em digitalização do negócio. Contudo, como referi no início, é fundamental perceber, com o seu parceiro tecnológico, em que estádio está a sua organização e fazer o investimento estratégico acertado.
Não digo o que representa um maior investimento ou uma revolução imediata na organização, mas o que mais se adequa à sua empresa, para, com passos firmes, sair desta crise fortalecido e pronto a liderar.